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Executa - Gestão de Internet


Bolha.com.br?
22/05/2014

Lojas online crescem, mas não lucram


O varejo online brasileiro triplicou de tamanho e recebeu 2,3 bilhões de reais de investimento em quatro anos. Mas as empresas não saem do vermelho — e a maioria nunca vai sair


A varejista brasileira de moda Dafiti é um fenômeno da internetmundial. Foi criada em janeiro de 2011 por quatro empreendedores com idade entre 28 e 31 anos e formados em escolas de negócios como Harvard e Insead — os alemães Malte Horeyseck e Malte Huff­mann, o francês Thibaud Lecuyer e o brasileiro Philipp Povel.


Em três anos, a Dafiti chegou a uma receita estimada em 800 milhões de reais e assumiu a liderança do mercado de moda na internet brasileira. No caminho, recebeu muito dinheiro. Foram 660 milhões de reais em aportes de investidores internacionais, como o fundo alemão Rocket e o braço de investimentos do Banco Mundial.


Além de sapatos, seu primeiro produto, passou a vender roupas, artigos esportivos e objetos de decoração, num total de 75 000 itens. Neste ano, tem tudo para chegar à emblemática marca de 1 bilhão de reais em vendas. Tudo muito bom, mas, por trás da história de sucesso, esconde-se uma realidade um pouco mais complexa.


Quanto mais a Dafiti cresce, mais perde dinheiro. A empresa, que não concedeu entrevista, nunca deu lucro e atualmente perde até 20 milhões de reais por mês, segundo executivos que conhecem os números da companhia. Mantido o ritmo de queima de caixa, os 200 milhões recebidos nos últimos seis meses, portanto, podem acabar antes do fim da Copa do Mundo, em julho.


Para uma empresa normal, num setor normal, números desse tipo seriam motivo para alarme. Mas a Dafiti perde dinheiro de propósito: seu único objetivo, hoje, é crescer no ritmo mais acelerado possível. E, para isso, é preciso torrar muito dinheiro, sobretudo em marketing. “Investimos para ser líderes, e conseguimos. Mas toda empresa pode falhar, especialmente as mais novas”, diz Rodrigo Sampaio, presidente da ­Rocket no Brasil. A Dafiti não está sozinha nessa estratégia.


Nos últimos anos, o Brasil viu um inédito surto empreendedor nos mais variados nichos do varejo online. Nasceram dezenas de empresas com ambição de chegar rapidamente à liderança de seus mercados. São companhias como a varejista de móveis Mobly, fundada por três jovens que se conheceram enquanto cursavam MBA nos Estados Unidos — em dois anos, atingiu um faturamento de 120 milhões de reais.


Ou a loja online de produtos infantis Bebê Store, criada em 2009 e que ganhou dois novos concorrentes. Ou a Wine.com.br, que em quatro anos se tornou a segunda maior varejista online de vinhos do mundo, com faturamento de 250 milhões de reais. Há também varejistas especializadas em cosméticos e em animais de estimação, entre outros nichos.


Cada uma delas recebeu dezenas de milhões de reais em investimentos de fundos especializados — e todas perdem dinheiro religiosamente. Mesmo no vermelho, algumas dessas empresas valem centenas de milhões. “O momento não é de lucrar, é de crescer. Quem buscar rentabilidade será engolido”, diz Victor Kong, chefe de investimentos da bilionária família venezuelana Cisneros.


Os desafios do e-commerce 


A busca por crescimento é explicada pelo exuberante momento do comércio eletrônico brasileiro. Desde 2009, a receita das varejistas online passou de 11 bilhões para 29 bilhões de reais. Mais de 50 milhões de brasileiros já compraram alguma coisa pela internet — a previsão é que o número de compradores dobre até 2018. A expansão atraiu para o Brasil o interesse de investidores internacionais de peso, como a Rocket, o banco JP Morgan ou o cofundador do Skype Niklas Zennström.


Nos últimos quatro anos, as varejistas online receberam estimados 2,3 bilhões de reais, algo sem precedentes no Brasil, com sua ancestral falta de capital para empresas iniciantes. Em resumo, esse tipo de investidor ajuda a impulsionar a expansão de startups para, quanto antes, vendê-las para um gigante do setor ou abrir seu capital em bolsa.


O objetivo é replicar por aqui a história de três varejistas especializadas americanas. A Diapers.com­, de produtos para bebês, foi vendida para a Amazon por 500 milhões de dólares, em 2010. A Zappos, de sapatos, levantou 900 milhões de dólares ao ser vendida também para a Amazon, em 2009.

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